Desapego

Defendo sempre o amor sábio, com desapego, o que solta, o que vive e deixa viver.

Mas desapego é um exercício bastante complexo para nosso ego. O apego é uma grande ilusão, afinal ninguém é de ninguém, nada é seu, tudo é passageiro, emprestado por Deus. Nada é definitivo!

O namorado não é seu, o carro, a casa, o computador, os móveis, nada! Nem mesmo os filhos são seus, eles são da vida, eles têm vida própria, vontades, desejos e precisam voar sozinhos, assim como você voou.

Não estou falando que você não tem que lutar para comprar sua casa, seu carro, seus objetos de desejo. A prosperidade é seu direito! Mas prosperidade é uma coisa e posse outra.

Falando em posse, apego é uma palavra-chave quando o assunto é desilusão amorosa. Criamos sempre ilusões de que o outro nos pertence e vendemos a ilusão de pertencermos a ele. Chamamos isso de amor, sem perceber que não estamos amando e sim nos apegando, criando carmas para essa e outras vidas.

Quanta dor, quantas lágrimas despejamos por nada. O apego é o mesmo que querermos segurar o vento, o ar, é querer ter o que não se pode, querer abraçar o que não é possível. Somente com desapego é que podemos ter o que é da alma, porque nós não temos, nós simplesmente somos.

Quando você se desapega, percebe o quanto era dominado por um sentimento de aprisionamento por uma pessoa ou por um objeto. Mas isso é fundamental para o nosso crescimento. A vida é feita de aprendizados, de situações que nos são colocadas para adquirirmos sabedoria.

Até quando desencarnamos temos que ter desapego. Você não atingirá planos mais elevados se não conseguir se libertar do mundo terreno.

Mas afinal o que é desapego? É querer a felicidade do outro independente da sua, é estar feliz, pleno com o que se quer da vida, é aceitar as oportunidades que Deus te deu, é lutar para comprar um carro, mas entender que ele representa apenas uma conquista, é viver em total e profunda liberdade de agir como se quer, a hora que se quer, preenchendo sua alma.

E para se ter uma vida mais feliz, mais plena, com a alma completa, desapegar-se é fundamental. Vamos tentar?

 

Beijos,

Márcia Fernandes.