A forma original de Exu

Os negros escravos no Brasil buscavam uma forma de cultuar seus deuses, então, buscaram pontos de convergência entre Santos Católicos e os Orixás.

Exu foi representado no sincretismo católico pelos negros africanos por Santo Antônio, por questões similares como a cor de ambos e governância, o número sete, os cemitérios, encruzas e sua personalidade forte.  Este foi o orixá que mais sofreu perseguição pelos missionários catequizadores sendo até associado ao Diabo.

Nessa mistura de mentiras, médiuns despreparados recebiam espíritos zombeteiros que se passavam por Exus, dizendo que era o Demônio, fazendo com que comerciantes inescrupulosos e ignorantes criassem histórias de Exu cada vez mais distorcida e tenebrosa.

Sob essa concepção, Exu ganhou chifres, rabo e pata de animal, mas a verdade é que o Exu tem forma humana, exatamente.  Os espíritos que compõe a falange do Exu são espíritos como nós, contemporâneos.

Essa associação indevida ou maldosa com o passar do tempo foi caindo no gosto do popular e na psiquê de pessoas mentalmente e espiritualmente doentes que começaram a contribuir com a visão irreal de Exu como sendo um demônio.

Diferente dos quiumbas, zombeteiros e outros espíritos oportunistas que podem mistificar os trabalhos espirituais e se passarem por Exu, cada pessoa tem pelo menos um casal de Exu que influencia em seu destino.

Outro mito a ser esclarecido, independente do sexo ou da sexualidade de um médium, a incorporação de um Pombo-Gira ou Exu jamais terá sua sexualidade transmutada ou invertida.

Sendo assim, nunca devemos encarar o Exu como um espírito das trevas e sim como um espírito de luz em evolução. Pensem nisso com carinho!

Beijos,

Márcia Fernandes