Envelhecimento das mulheres: bela reflexão de Maitê Proença

Com certeza, todos vocês conhecem a atriz e escritora brasileira Maitê Proença.

Ela publicou um belíssimo texto que vale a pena a leitura em que fala sobre o envelhecimento das mulheres fazendo uma analogia com o queijo Gorgonzola. Achei incrível esta publicação e compartilho com carinho aqui em nosso cantinho. Confira:

“Estamos envelhecendo, estamos envelhecendo, estamos envelhecendo, só ouço isto. No táxi, no trânsito, no banco, só me chamam de senhora. E as amigas falam “estamos envelhecendo”, como quem diz “estamos apodrecendo”. Não estou achando envelhecer esse horror todo. Até agora. Mas a pressão é grande. Então, outro dia, divertidamente, fiz uma analogia.

O queijo Gorgonzola é um queijo que a maioria das pessoas que eu conheço gosta. Gosta na salada, no pão, com vinho tinto, vinho branco, é um queijo delicioso, de sabor e aroma peculiares, uma invenção italiana, tem status de iguaria com seu sabor sofisticadíssimo, incomparável, vende aos quilos nos supermercados do Leblon, é caro e é podre. É um queijo contaminado por fungos, só fica bom depois que mofa. É um queijo podre de chique. Para ficar gostoso tem que estar no ponto certo da deterioração da matéria. O que me possibilita afirmar que não é pelo fato de estar envelhecendo ou apodrecendo ou mofando que devo ser desvalorizada.

Saibam: vou envelhecer até o ponto certo, como o Gorgonzola. Se Deus quiser, morrerei no ponto G da deterioração da matéria. Estou me tornando uma iguaria. Com vinho tinto sou deliciosa. Aos 50 sou uma mulher para paladares sofisticados. Não sou mais um queijo Minas Frescal, não sou mais uma Ricota, não sou um queijo amarelo qualquer para um lanche sem compromisso. Não sou para qualquer um, nem para qualquer um dou bola, agora sou um queijo Gorgonzola”.

Muito sábia esta reflexão, não é mesmo?

A velhice, tanto para as mulheres quanto para os homens, significa o auge da dignidade humana, pois o espírito não envelhece e sim se torna mais experiente, sábio, consciente e lúcido, afinal, nosso espírito é eterno.

Sendo assim, a velhice do espírito é a experiência que vem acumulando por diversas encarnações, por diversos milênios de história. Quando reencarnamos, cada dia, o nosso corpo envelhece, logo, é o desgaste natural das coisas materiais. Até então, tudo dentro da normalidade!!!

Não tenhamos medo da velhice, minha gente, pois ela nada mais é do que a idade da sabedoria, que, por sua vez, é a fonte da eterna juventude de seu espírito, portanto, nosso espírito não morre, não envelhece e sim fica mais esperto diante da vida, ok?!!!

Pense nisso com carinho e se prepare para uma velhice leve, suave, cheia de vida e gratidão ao universo por ela existir em nossa trajetória existencial!

Tin tin para todos nós! Viva a paz de espírito e sabedoria da alma!

Beijos,

Márcia Fernandes