Márcia Fernandes analisa espiritualidade de Maurício de Sousa diante da morte do filho

mf_msO desenhista Mauricio de Sousa, 80 anos, criador da Turma da Mônica, enfrenta a dor imensurável da perda de um filho.

O fotógrafo Mauricio Spada e Sousa morreu dormindo, de ataque cardíaco, no dia 2 de maio, dez dias antes de completar 45 anos. Ele deixou mulher e duas filhas.

Em uma rede social, Mauricio de Sousa postou uma mensagem tocante: “Meu filho Mauricio Spada nos deixou hoje. Seguiu o destino que todos nós temos ao fim do nosso período na Terra. Eu e toda a família vamos sentir sua falta, lembrar dele com saudade, abraçar suas lembranças e imaginar como será nosso reencontro. Sem dúvida com muita, muita conversa boa. Como ele gostava. Mas mesmo com toda a fé e esperança que nos embala e consola, a tristeza da ausência vai nos provocar lágrimas nos momentos do vazio… Lágrimas que irão se tornando mais doces, suaves, com o passar do tempo. Se Deus quiser”.

Como se vê, Mauricio de Sousa encara a morte do filho como uma breve separação, prevendo um reencontro num plano superior. Márcia Fernandes comenta:

“Mauricio de Sousa está à frente do tempo. Assim como sabe se comunicar tão bem com as crianças, ele consegue falar com os anjos. Aceitou a perda do filho com a resignação de quem sabe que a morte é uma evolução. Muitos pais que ficam órfãos dos filhos acham que foram vítimas de punição de Deus. Não é verdade. A pessoa que morre simplesmente cumpriu sua missão aqui. Mas a morte de um filho realmente é um karma, talvez o maior de todos. Não há palavra capaz de confortar. Sugiro o Salmo 90, que sempre traz paz. E, apesar da dor e da revolta, os pais não devem perder a fé. Cedo ou tarde, reencontrarão o filho em outro plano”.

(Foto: Divulgação)